Por mais que você esteja realmente preocupado ou querendo fazê-la se sentir melhor, a chance de você dizer algo que soe falso, ridículo ou irritante é grande.
Após enfrentar um câncer e ouvir todo tipo de frase, a repórter do "The Guardian" Debora Orr publicou no jornal britânico uma lista com dez coisas que não devem ser ditas a alguém doente.
Segundo ela, é ótimo que as pessoas se preocupem, mas às vezes isso se torna excessivo. "O meu maior choque foi que as pessoas podem se tornar competitivas em sua determinação de 'estar lá por você'. A repórter disse ainda que o melhor comportamento era quando recebia e-mails de apoio e a pessoa acrescentava: "Não precisa responder".
1. "Eu sinto muito por você"
"É incrível como tantas pessoas imaginam que é ótimo ser o objeto de pena", escreveu. Ela pede então para não dizer isso com o olhar e nem mesmo com as mãos, ao dar um tapinha nas costas, por exemplo. Para ela, é melhor dizer: "Eu gostaria tanto que você não estivesse passando por isso agora".
2. "Se alguém consegue enfrentar isso, esse alguém é você"
Orr diz que não é reconfortante saber que você vai entrar em uma batalha contra a sua doença. "A ideia de que uma doença é um personagem e que a recuperação é um prêmio é quase um insulto. Diga algo como 'minha mãe teve isso há 20 anos e agora ela está em Bengala, viajando com acrobatas'."
3. "Você parece ótima"
"Ninguém está doente demais para não olhar no espelho", diz ela, que contou saber como estava inchada por conta dos remédios e que odiava ouvir "mentiras ridículas". Segundo Orr, é melhor esperar que o doente lhe pergunte sobre sua aparência para falar algo a respeito.
4. "Você parece péssima"
"Eu sei que parece improvável. Mas uma pessoa realmente sentiu que precisava reafirmar a minha feiúra", contou. Orr disse que não teria ligado tanto para a amiga tê-la chamado de gorda, se ela não tivesse levado vários bolos e lanchinhos.
5. "Deixe-me informado sobre os resultados"
Por preocupação, as pessoas acabam sendo invasivas e pedem para saber de resultados que podem pedir por mais quimioterapia, por exemplo. "É melhor ligar para alguém próximo para saber notícias."
6. "Eu faço o que puder para ajudar"
"Não é por nada, mas é chato ouvir isso. Todo mundo diz isso." Segundo Orr, toda ajuda é bem-vinda, mas é melhor quando ela é mais direcionada, como você oferecer para buscar as crianças na escola ou fazer supermercado. Aos doentes que ouvirem a frase "eu faço o que puder para ajudar", Orr sugere não ter vergonha e pedir o que quiserem sem dó.
7. "Imagina, suas preocupações são infundadas"
A repórter diz que é especialmente ruim ouvir isso quando as preocupações têm fundamentos. Orr contou que uma amiga tentou dizer que seria improvável que seu cabelo caisse durante a quimioterapia. "Quando as pessoas querem falar sobre os seus medos, elas não querem ouvir que eles são imaginários e, mesmo se eles fossem, existem outras formas de prover um sentimento de segurança."
8. Como é a sensação da quimioterapia [por exemplo]?"
"É impressionante o número de pessoas que não conseguem conter a curiosidade. As pessoas parecem pensar que aquilo que você precisa, no auge da sua vulnerabilidade, é uma longa e técnica sessão de perguntas e respostas", escreve Orr, que pede para as pessoas esperarem a deixa do doente. Nessas horas, sugere, o melhor durante as visitas é fazer com que a mente do paciente saia do assunto "doença".
9. "Eu realmente tenho que te ver"
"Não diga isso, especialmente se, em seguida, você for começar a falar de como a sua vida anda ocupada, apesar dessa visita ser tão importante para você", desabafou. Segundo ela, é realmente irritante quando as pessoas tentam marcar horários na agenda e muito melhor quando elas ligam na hora, perguntando se podem dar uma passada.
10. "Estou terrivelmente chateado com a sua condição"
Orr disse que, quando contou estar com câncer de mama a uma amiga, ela começou a chorar sem parar. "Se uma amiga está enfrentando uma doença possivelmente fatal, a atenção não tem de ser sobre você. Se você está chateado demais para confortar seu amigo, mande cartões, flores, presentes, mas não o seu próprio sofrimento."
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